Há quem ache que estou ficcionalizando quando digo que morei numa ruazinha chamada Passa Tempo durante a infância. Hoje ela está próxima da área central, mas naquele tempo localizava-se na periferia extrema da cidade. Ao seu final começava uma área de mata fechada onde muitas vezes eu e meus amigos nos embrenhávamos para brincar, estando sempre às voltas com cachorros, peixes de pequenos cursos d'água, cobras e outros bichos perigosos, feitiços com velas coloridas, galinhas pretas sacrificadas e garrafas de cachaça que apareciam pelas encruzilhadas e diante dos quais tínhamos medo e respeito.
Aí está a placa da rua, que fotografei há cerca de dois anos. Tudo está muito mudado por lá, inclusive os moradores. Um ou outro remanescente dos tempos antigos me para, pede para entrar em sua casa, me oferece um cafezinho e fica de conversa por longo tempo, querendo saber o que tenho feito da vida. Se neste fim de ano, em dezembro, você realmente puder ir passar alguns dias comigo em Minas, nas proximidades do Natal, vou levá-lo para conhecer este pequeno Olimpo da minha mitologia pessoal.
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